Teiús como Pets: Guia Completo de Cuidados e Bem-Estar

Os teiús (gênero Salvator, anteriormente Tupinambis) são lagartos pertencentes à família Teiidae, muito comuns na América do Sul. É provável que você já tenha visto um em seu ambiente natural, especialmente em regiões metropolitanas com maior concentração de vegetação alta e florestas. No Brasil, o teiú tem vários nomes populares, como teju, teiú-açu, lagarto marau e jacuraru. Entre as espécies mais populares como pets estão o teiú-preto-e-branco (Salvator merianae), o teiú-vermelho (Salvator rufescens) e o teiú-dourado (Salvator duseni). Esses répteis têm conquistado cada vez mais espaço entre os criadores de animais exóticos devido ao seu temperamento, inteligência e capacidade de socialização.


Origem e Distribuição

Os teiús são nativos da América do Sul, sendo encontrados em países como Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Eles se adaptam bem a diferentes ambientes. Durante o inverno, entram em um período de dormência chamado brumação, semelhante à "hibernação" dos mamíferos.

Temperamento e Comportamento

Os teiús são conhecidos por sua inteligência e capacidade de reconhecer seus tutores. Quando domesticados desde filhotes e manuseados corretamente, podem se tornar dóceis e até interagir com humanos de maneira afetuosa. Entretanto, são animais territorialistas e podem demonstrar agressividade caso se sintam ameaçados. Seu comportamento varia conforme o indivíduo, sendo essencial paciência e dedicação no processo de socialização.

Cuidados e Manejo Ideal

Habitat
  • Terrário: Deve ser espaçoso, com no mínimo 2 metros de comprimento por 1 metro de largura para um adulto.
  • Substrato: Utilizar substratos naturais, como fibra de coco, terra vegetal ou feno.
  • Temperatura: Deve variar entre 28°C e 35°C durante o dia, com uma queda para 24°C à noite.
  • Iluminação: É necessário o uso de lâmpadas UVB para auxiliar na absorção de cálcio.
  • Umidade: Manter entre 60% e 80%, borrifando água regularmente e disponibilizando um recipiente grande para banhos.
  • Esconderijos e enriquecimento ambiental: É importante criar um ambiente que remeta ao habitat natural do animal, utilizando troncos, pedras e esconderijos para garantir seu bem-estar.
Alimentação
  • Os teiús são onívoros e necessitam de uma dieta variada:
  • Proteína animal: Insetos (grilos, tenébrios), ovos cozidos, carnes magras, peixes e até pequenos roedores.
  • Vegetais e frutas: Abóbora, cenoura, banana, mamão, maçã e vegetais de folhas escuras.
  • Suplementação: Cálcio e vitaminas devem ser oferecidos regularmente para evitar deficiências nutricionais. Eles podem ser manipulados em pó e misturados à comida, mas sempre sob orientação de um médico veterinário.
Manuseio e Socialização
  • O contato diário desde filhote ajuda a criar um vínculo entre o tutor e o teiú. Manuseios bruscos ou forçados podem resultar em estresse e agressividade. O ideal é permitir que o animal se aproxime por conta própria e recompensá-lo com petiscos para reforçar comportamentos positivos.

Principais Doenças e Como Evitá-las

Os teiús podem ser suscetíveis a algumas doenças, principalmente se houver erros de manejo:
  • Doença Óssea Metabólica (DOM): Causada por deficiência de cálcio e falta de iluminação UVB. Prevenção: oferecer uma dieta balanceada e garantir exposição à luz UVB.
  • Estomatite infecciosa: Infecção bacteriana na boca, geralmente devido à higiene inadequada. Prevenção: manter o habitat limpo e fornecer uma alimentação saudável.
  • Parasitas intestinais: Vermes podem ser adquiridos por meio de alimentos contaminados. Prevenção: realizar exames veterinários periódicos e fornecer uma dieta de qualidade.
  • Queimaduras e problemas na pele: Podem ocorrer devido a lâmpadas de aquecimento mal posicionadas ou umidade excessiva. Prevenção: garantir um ambiente controlado e adequado.

Curiosidades sobre os Teiús

  • São capazes de regular sua temperatura interna durante a brumação, algo raro entre répteis.
  • Possuem excelente memória e podem aprender rotinas de alimentação e interação.
  • Conseguem escalar e nadar bem, sendo bastante ágeis em seu habitat natural. Por isso, é preciso cuidado ao deixar o animal solto pela casa, pois podem fugir facilmente e entrar em locais perigosos.
  • Diferente de muitos lagartos, os teiús podem reconhecer seus tutores e demonstrar certa lealdade.

Conclusão

Ter um teiú como animal de estimação pode ser uma experiência fascinante, mas exige dedicação e conhecimento. Antes de adquirir um, é fundamental estudar suas necessidades e garantir um ambiente adequado. Quando bem cuidados, esses répteis podem viver até 20 anos, proporcionando anos de convivência interessante e enriquecedora.

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